segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A educação na Sociedade da Informação



"O tão propalado fosso digital não é uma consequência da tecnologia como tal, mas sim uma inabilidade do homem em criar um mundo onde sejam dadas mais oportunidades a pessoas para desenvolverem os seus talentos."
Roberto Carneiro, 2002
O futuro apresenta-se, cada vez menos, como a projecção do passado. Todos, sem excepção, enfrentam o repto premente de se reorganizarem em função de ambientes cada vez mais inteligentes e, em consequência, polvilhados de entes cada vez mais interactivos e ciosos de autonomia.

Para uma geração em transição, refém da ideologia da novidade, a memória perde relevância, a própria educação propende a mudar de horizonte: de retrospectiva passa a prospectiva. Em conformidade, o projecto educativo assume utilidade na exacta medida em que apetrecha o indivíduo como agente de mudança.
Com efeito, viver é escolher e não é possível escolher todas as direcções ao mesmo tempo. O risco seria não conseguir chegar a nenhum lado. Mesmo a errância como destino só teria sentido caso ela fosse o fruto de uma opção livre, consciente e deliberada.

Nenhum sistema educativo pode operar no vácuo. A educação foi, e é, uma acção promotora e instauradora de valores, uma busca de discernimento. Por isso, haverá que repensar as aprendizagens fundamentais, aquelas que são incontornáveis para todos e cada um dos jovens que logram alcançar o termo de uma escolaridade básica e secundária, limiar que vem sendo, crescentemente, sinalizado como o padrão mínimo sobre que deverá repousar a sociedade do conhecimento e da informação.

Naturalmente que as aprendizagens continuarão durante muito tempo a sustentar-se numa organização curricular inspirada no cânone disciplinar do conhecimento que acompanha, desde o início, a estruturação industrial dos sistemas modernos de ensino. Nesse sentido, o potencial de aprendizagem de cada um dos aprendentes será, em suma, expansível em função do ambiente que o rodeia e o interpela.


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